13 janeiro 2018 arquivado em: aquarela Blog materiais

Há algum tempo venho paquerando com as tintas da Pestilento, e finalmente consegui comprar algumas cores! Hoje quero compartilhar com vocês minhas impressões sobre as aquarelas da marca, mostrar alguns testes e experimentos que fiz. Primeiro, deixa eu apresentar pra quem não conhece: a Pestilento é a marca da Carol Passos e o Go Carvalho, que traz a proposta de resgatar o processo de fabricação manual das tintas de aquarela, utilizado há mais de 200 anos pelos artistas do passado, adicionado das novas descobertas químicas para chegar em um resultado que traga qualidade sem fazer um rombo nas nossas contas bancárias mantendo um valor acessível.

Dentre os inúmeros tipos de aquarela, eu escolhi os potinhos com 5ml. Eles são miudinhos, mesmo, mas não custa lembrar que aquarela é um material que rende muito – precisa de muito pouquinho de tinta pra fazer uma mistura em quantidade considerável, ainda mais quando a pigmentação é boa. As cores que eu escolhi foram:

  • Unicórnio (que é um turquesa bem pastelzinho)
  • Yogurte (um rosinha mais frio)
  • Tick (violeta dioxazine)
  • Klimt (ouro envelhecido)
  • Bordô Marrocos (uma edição limitada, com pigmentos importados do Marrocos!)

E os meninos me mandaram de brinde o Kit de Cores Primárias (!!!!!), que são pinos de 1ml (bacanas para experimentação) com as cores:

  • Crista de Galo (magenta de quinacridona)
  • Morte (amarelo de cadmio médio)
  • Netuno (azul ultramar)

Testes e experimentos

A primeira coisa que quero compartilhar com vocês é esse teste de opacidade/transparência das tintas, que aprendi com a Sabrina Eras: para verificar o quão opaca ou transparente sua tinta é, você risca uma faixa com tinta preta permanente (eu usei marcador de CD) no papel pra aquarela, deixa secar, e vai passando as tintas sobre ela no modo mais puro (com menos água) que puder. Na foto acima, vocês podem perceber claramente como as cores Yogurt, Unicórnio, Klimt, Morte e Crista de Galo cobrem quase toda a faixa preta – isso porque são bem mais opacas que as demais. E qual a necessidade de fazer esse teste? É muito importante que você esteja familiarizado com o comportamento da sua tinta – se ela for mais transparente, você já sabe que não vai conseguir fazê-la se destacar muito em uma sobreposição a outra cor anteriormente pintada.

Os outros experimentos que fiz foram os de misturas de coresvariação tonal (o quanto de tons uma cor pode oferecer ao se adicionar água). Vou começar mostrando os resultados do kit de cores primárias, porque foi o que mais me surpreendeu. Na foto acima, à esquerda, algumas cores adquiridas pela mistura das cores principais; à direita, as variações tonais (adicionando água na tinta a cada novo quadradinho). As tintas são bem pigmentadas, eu precisei “acelerar” o processo de adição de água pra que ficasse tudo bonitinho no papel.

As tintas fluem bem entre si, o amarelo tem um brilho maravilhoso, e o que mais me chamou atenção foi que o vermelho tende pro quente – quando misturado com o azul, ao invés de gerar um lilás mais evidente, acaba virando um cinza ótico! Essas duas últimas colunas de cores são dos cinzas, mais quentes e mais frios, que escolhi pra registrar. 🙂

Aqui estão os testes da variação tonal das outras cores; os tons pastéis (Unicórnio e Yogurte) não variam muito, o Bordô Marrocos tem a variação bem parecida com as cores primárias, e olhem esse roxo. Quando a tinta tá pura, é tanto pigmento, que parece preto! O meu godê ficou manchado, até, não saiu quando fui lavar com água! Fiquei impressionada, de verdade.

E o que é esse Klimt, minha gente? Ele reluz mais com menos água, mas quando você dilui, fica legal pra fazer uma camada de brilhinhos em cima de outra cor :~) E o efeito também fica mais notório quando você aplica a tinta num fundo mais escuro.

(oi, Félix!)

Resumo da ópera:

A qualidade das tintas é inquestionável. Colocam a Pentel e a Pébéo no chinelo, sem dúvidas, e competem acirradamente com as Winsor&Newton e Van Gogh. Algumas tintas são mais caras, sim, mas pelo menos aqui em Fortaleza, a tinta mais cara ainda deles não é mais cara do que a gente encontra pra vender aqui, com a diferença de que a gente tem pouquíssima opção em loja física. Eu pedi minhas tintas pela loja virtual deles, e chegou super rápido.

A Pestilento é uma marca de materiais artísticos feitos de artista para artista: pincéis, reservatórios vazios, estojinhos, pins de tecido, mediuns, sketchbooks, bicos de pena, materiais para limpeza dos pincéis… Além disso, eles possuem uma variação de cores com efeitos diferentes: perolados, metalizados, pastéis, flúor… Tem aquarela no potinho, no estojinho de metal, na conchinha (sim!)… Tudo feito à mão, por eles, tinta por tinta.

Não sei vocês, mas eu me sinto muito feliz de poder consumir um produto feito por artistas, assim como eu, que sei que se preocupam com a qualidade dos produtos porque já gastaram bastante dinheiro com coisa ruim e, além disso, porque sabem a diferença que faz produzir com material bom de verdade.

Pra além do ótimo investimento, ainda fica o quentinho no coração de saber que estamos apoiando artistas locais com seu pequeno negócio, fomentando o mercado do pequeno produtor e nos fortalecendo enquanto classe. 🙂

aquarelinha que fiz usando as tintas da Pestilento! :~)

aquarelinha que fiz usando as tintas da Pestilento! :~)

Então, se você tá em dúvida sobre que aquarela comprar pra começar seus estudos ou pra aumentar seu inventário, fica aqui a minha recomendação das aquarelas da Pestilento. O investimento vale muito a pena.

Obrigada por lerem até aqui! Espero que o post tenha sido útil :~)

Extras

2
amaram
    o que fazer com pincéis velhos?
    quais aquarelas eu uso

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6 Comentários