21 março 2014 arquivado em: Blog

Fiz esse caderninho em agosto de 2013 à mão, porque o outro que usava já havia acabado. Durante a ‘vigência’ desse sketchbook, fiz uma disciplina na faculdade que, em seu início, falava sobre a importância de buscarmos nossa identidade enquanto artistas, ilustradores: além de ser um diferencial no mercado, nossa identidade se tornaria nossa assinatura ao longo dos anos. Mas como buscar essa identidade? Bom, além da prática constante, a professora falou que alguns artistas tinham o costume de anexar suas referências em um caderninho – foi o que eu fiz.

Separei uma tarde só para fazer isso: juntei todas as revistas velhas que tinham aqui em casa e saí recortando, de cada uma, tudo que me era agradável aos olhos. Sem pensar muito, sem muitos critérios: eu gostei? me chamou a atenção de alguma forma? recortei e colei. Foi uma espécie de pinterest manual.

Produções de moda, cores, texturas, modelos, penteados, desenhos, estampas… Tudo. No final das contas, essa experiência não só funcionou como uma coleta de referências, mas também como parte do processo da minha descoberta enquanto pessoa e enquanto profissional.

E agora, quando eu estou com bloqueio criativo, posso correr nesse caderninho e buscar inspiração em uma das muitas páginas que ficaram “gordinhas” de tanta coisa que colei nelas.

O mais legal foi observar que, à medida em que eu ia preenchendo as folhas com as colagens, ia ganhando mais liberdade e autoconfiança pra experimentar e fazer coisas novas: fazer rabiscos e anotações, sobrepor imagens, fazer interações entre elas…

Também foi bacana perceber que meu olhar foi ficando mais apurado: no final do ‘exercício’, já conseguia olhar para algumas imagens e enxergar outras ‘funções’ para elas: foi o caso dessas duas coroas acima, que originalmente eram/são colares.

É um exercício muito inspirador: você vai colando as imagens, e os desenhos vão surgindo como se já fizessem parte daquilo: essa máquina de escrever, retirada de um papel de presente da Livraria Cultura (acho), me levou a desenhar os passarinhos saindo de dentro dela. E a liberdade que o conjunto me deu serviu para desenhar essa garota e fazer testes nela com lápis de cor não tão usuais pra mim (pro preenchimento da pele), como o laranja, o roxo e o azul.

Enfim, o exercício de colagem / coleta de referências é absurdamente enriquecedor, apaixonante e inspirador. Depois dele, você vai perdendo cada vez mais o medo de errar, de experimentar, de colocar a ‘mão na massa’: e isso é muito engrandecedor, é um passo bem largo na caminhada rumo à busca do estilo próprio 🙂 Adorei fazer e, provavelmente, depois vou fazer outro caderninho e dedicá-lo somente às colagens.
Agora quero saber de vocês: já tentaram fazer esse exercício? Também têm o costume de usar o sketchbook para guardar referências e inspirações? Me contem nos comentários 🙂
Beijinhos e até o próximo post!
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amaram
    Sketchbook #9: (mais) colagens
    Ilustrasunday #29

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