27 fevereiro 2014 arquivado em: Blog

Às vezes, acho que meus amigos – e meu namorado – não aguentam mais receber minhas ilustrações, mas não tem jeito: é a única coisa que eu sei fazer direito nessa vida. Dar uma ilustração feita por mim, pelas minhas mãos, significa dar um pedacinho de mim também. Um pedaço do meu coração e da minha alma, que são os materiais que mais uso pra ilustrar. Ilustrar pra eles, principalmente. Dar uma ilustração significa, também, me dar. Dar minha amizade, meu afeto, meu amor, e dar a certeza da minha presença naquele momento – ou sempre -. 

Significa todas as palavras que não consigo falar, todas as demonstrações de afeto que não consigo dar, todas as frases que não consigo escrever, todas as coisas que se passam na minha cabeça e ficam lá, num eterno emaranhado. Significa as coisas que sinto, que guardo, que no mais das vezes não consigo mostrar. Aí eu desenho, e aí eu me mostro.
Mesmo que seja assim, em uma ilustraçãozinha pequenininha, tímida, e até um pouco infantil. Porque acho que, no fim das contas, eu sou mesmo uma criança, e eu nunca vou aprender a me despedir das pessoas. Eu sempre vou odiar me despedir de qualquer pessoa, por qualquer motivo que seja. Então eu resolvi não me despedir: decidi me enviar junto com ela, na mala dela, pra ficar pendurada na porta ou em alguma parede do quarto novo dela. Pra me fazer sempre presente, pra ela saber que eu tô sempre por perto. Pra ela ver o carinho em cada uma das pétalas das fores da cabeça dela, pra ela sorrir com o sorriso dela, no desenho. Pra ela saber que é assim que eu a vejo: uma deusa, mesmo. Linda, por dentro e por fora. E infinitamente merecedora de todas as conquistas, e de todas as coisas lindas que essa nova fase da vida dela vai trazer.
Acho que amizade é o coração apertar bem muito, e você quase chorar. Mas depois, imediatamente, abrir um sorriso enorme de orgulho da determinação da amiga. E desejar que ela vá, que voe, que se torne cada vez mais livre e mais feliz, mais realizada, mais completa. E também desejar que ela volte, pra emprestar o pedaço de mim que ela levou.
Voa, Camilinha.
Esse post – assim como a ilustração, assim como a cartinha, assim até como eu – é bobinho, mas é de coração. ♥
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