17 fevereiro 2015 arquivado em: Blog
Muitas pessoas falam que é dom, que tem gente que nasce assim, que é bruxaria… Esse post é pra mostrar pra vocês que esse tipo de pensamento pode estar errado: na verdade, desenho é uma questão de prática. Me usando como estudo de caso pra derrubar essas ‘teorias’, separei uns desenhos bem antigos (de 2002! ♥) e fiz uma “linha do tempo” até os dias atuais, pra que vocês possam ver a minha evolução ao longo desses anos e se inspirarem pra começar logo a desenhar (ou se motivarem a não desistir!). Se preparem, que o post tá cheio de fotos! 🙂

O desenho na minha infância
Como já contei pra vocês aqui, eu desenho desde criança. Não tenho os desenhos dos meus primeiros anos de vida, mas tenho esses, que datam de 2002 (quando eu tinha 11 anos!). Eram desenhos em que eu era a protagonista – no “wordland” (acho que eu quis dizer wonderland) ou no meu próprio show de rock.

Nessa época, eu também gostava de desenhar utilizando referências: desenhei a Avril Lavigne (da capa do álbum Let Go) e o Polywag. Eu também adorava “copiar” desenhos que passavam na TV (Os Anjinhos, As Trigêmeas, os clássicos do Cartoon Network e por aí vai!)

Curiosidade 1: em 2014, fiz uma versão ilustrada da Avril. Vê só a diferença! 🙂

Curiosidade 2: eu vendia esses Pokémons no colégio – 25 centavos se fosse só o desenho à lápis, e 50 se fosse colorido.

A adolescência rebelde e o curso de Estilismo e Moda

Não sei o que aconteceu entre 2002 e 2005, e nem entre 2005 e 2009, mas existe um longo hiato sem desenhos guardados nesses intervalos de tempo. Eu realmente lembro de ter desenhado pouco na adolescência (tava mais na fase dos diários), mas lembro que eu era bem rebelde. Meus desenhos, ainda “autorretratos”, me inseriam em situações de desobediência e inconformismo. 
É muito visível a influência do mangá nesse desenho! Resultado de anos e anos assistindo Dragon Ball, Cavaleiros do Zodíaco, Sailor Moon e adjacências.
Depois que eu entrei na faculdade (no início de 2009), comecei a me preocupar mais com o meu desenho de corpo inteiro – fiz um curso de desenho de moda que, junto com a própria faculdade, moldaram meu estilo de desenho por anos a fio.

No começo, era tudo muito torto. (foto mais acima) Eu não tinha o menor conhecimento de anatomia, proporção, e essas coisas mais técnicas sobre o desenho, além de não ter segurança com nenhum material de colorização. Muito do que sei hoje aprendi na faculdade: lá era um ambiente em que eu exercitava bastante esse desenho de moda e, de tanto exercitar, no mesmo ano (foto mais abaixo), pude evoluir bastante no traço (apesar de ter muitos erros técnicos a serem corrigidos).
Em busca de um estilo pra chamar de meu (2010 – 2011)

Um ano após entrar na faculdade, já tinha tido várias disciplinas sobre desenho. Com a prática frequente, a minha mudança de estilo foi algo natural – ainda havia muita influência do mangá; eu também utilizava meus próprios colegas de curso como referência, e esses primeiros anos de faculdade foram uma bagunça em termos de referências nos meus desenhos.
Quando cansava do desenho de moda, tentava algo mais “fofinho” – e assim nasceram os bonequinhos cabeçudinhos que, hoje, são as encomendas mais pedidas de casal (veja exemplos aqui) 🙂 Fui aprendendo a lidar com lápis grafite e lápis de cor, e testava intuitivamente o lápis de cor aquarelável.

Curiosidade 3: foi em 2011 que tive meu primeiro contato “de verdade” com a aquarela! Minha orientadora (♥), na época, me ensinou a usar os lápis de cor aquareláveis e, desde então, continuei praticando 🙂 

Os últimos anos de faculdade (2012 – 2013)

Em 2011, ingressei no Projeto de Extensão Bolsa Arte, onde permaneci até o último dia letivo de 2013. Essa bolsa tinha como temática a ilustração, e foi nela que pude aprimorar meus conhecimentos nessa área. Além da prática das disciplinas regulares, das lições de casa e do meu hábito pessoal de estar sempre desenhando, agora eu também tinha um outro momento pra praticar e estudar desenho: a bolsa.
Os últimos anos de UFC foram marcados pela prática intensa da ilustração: fora todas as atividades que mencionei acima, eu fiz meus dois TCCs envolvendo ilustrações. A influência do mangá já estava bem menor nessa época, e eu já estava me encaminhando pras temáticas de ilustração que uso até hoje. 

Esse foi meu último trabalho da faculdade (que nostalgia!) :~) Os croquis já estão bem mais soltos, com movimento, personalidade; já existe um domínio maior nas técnicas de preenchimento, com ênfase nas texturas e uso de vários materiais diferentes! Com certeza foi o trabalho mais bonito que entreguei, e tenho bastante orgulho dele :~)

Nos dias de hoje (2014 – … )

Ainda é possível encontrar mudanças de estilo entre uma ilustração minha e outra, mas agora elas são mais sutis: um estilo diferente de cabelo, uma composição, o uso de cores… Apesar dessas variantes, acho que tô cada vez mais perto de encontrar o meu traço. Acho que o grande lance foi ter estudado muito e praticado mais ainda
Concluí a faculdade, sim, mas continuo estudando e desenhando qualquer coisa todo santo dia. Tô participando do Laboratório de Desenho Avançado no Estúdio Daniel Brandão, e lá tenho aprendido coisas que não vi na faculdade: arte-finalização, estudo da obra de outros artistas, anatomia humana, pintura digital… é muito importante estar sempre se reciclando e buscando novos conhecimentos.

Pra finalizar esse post (que ficou enorme, cês me desculpem aí), convido você a subir a página e ver o primeiro desenho desse post, e ir rolando a página pra baixo lentamente, observando apenas os desenhos, sem olhar pro texto. Convido você a ver que, um dia, eu desenhei coisas que hoje não gosto. Mas não sinto vergonha, não. Eu sinto um puta orgulho dessa evolução.
Eu te convido a acreditar que não, não é um dom. É prática, é treino, é suor e às vezes lágrimas. São incontáveis as páginas rasgadas, amassadas, até que uma permaneça nos arquivos. É difícil lidar com o nosso maior crítico (nós mesmos), e até isso tem de ser exercitado: se perdoar e se aceitar, e perceber que até aquele desenho tosco é importante pro nosso processo de aprendizado.
algumas das pastas que guardam todo os meus desenhos, de 2002 até hoje 🙂
Eu espero que esse post tenha sido inspirador e motivador pra você 🙂 Eu espero que, ao ter compartilhado contigo os meus desenhos mais amadores, você tenha se identificado e encontrado coragem pra não desistir, pra (se) dar mais uma chance.
Não só ao desenho, mas a qualquer objetivo que você, por ventura, tenha desistido. Não desista. Dói, demora, é difícil… Mas o resultado é simplesmente apaixonante. ♥ Eu sou apaixonada pelo desenho e pela ilustração, e eu desejo que você tenha algo assim pra se apaixonar também 🙂
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amaram

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