20 janeiro 2013 arquivado em: Blog
Depois de duas semanas de pós-viagem, acho que tô começando a colocar minha vida nos eixos. Hoje, por exemplo, um sábado, uma tarde, e eu estava aproveitando meu tempo livre da maneira que mais gosto: desenhando pra mim mesma. Pra dizer a verdade, esse era pra ser um post com minhas considerações sobre os materiais novos que trouxe da viagem, mas boto fé que ainda vou escrever direitinho sobre isso.
As meninas/mulheres da minha idade enlouquecem quando comprar roupas, maquiagens e acessórios novos… E eu enlouqueço quando encontro materiais de desenho! Fico que nem criança, ansiosa pelo grande momento de usá-los e, tal qual uma criança, acabo usando tudo de uma vez só!
Depois de tanto tempo sem pegar em tinta, não tive como ficar com medo desse reencontro. Mas acho que é que nem andar de bicicleta: não dá pra esquecer. Não que eu saiba andar de bicicleta… Mas, bom,  são só detalhes.
O mais bacana de ter tirado essa tarde pra mim, e ter desenhado sem culpa, sem cobranças e sem pressão, foi ter descoberto algumas coisas sobre o estilo que eu quero seguir (ou, pelo menos, o que me agrada): a primeira coisa foi que me apaixonei pelos resultados incríveis que a junção de nanquim colorido e um bom pincel podem gerar no desenho. Me encantam muito essas linhas irregulares, com partes mais finas e outras mais carregadas, e consegui trabalhar bastante com isso neste desenho!
Outra coisa legal foi ter percebido que o trabalho com poucas cores (ou com muitas variações, mas de uma só cor) + fundo escuro + desenho linear + preenchimento sólido me agrada bem mais que o exagero de informações, cores, texturas, materiais.
Fico me perguntando se eu não deveria investir em um psicólogo/terapeuta, mas essas ideias se dissolvem quando eu olho pra ilustrações como esta, nas quais eu consigo expressar tanto do que está se passando comigo (embora não tudo), e outro questionamento me vem à porta: será que eu conseguiria falar tanto de mim em palavras, quanto consigo falar pelas cores, linhas e formas? E não é esse mesmo o papel da ilustração: comunicar? Registrar, nem que seja a subjetividade do ilustrador?

Esse é o meu coração. Ele viaja nesse barquinho de papel há nove dias (na verdade, 10, já que acaba de dar meia-noite), e ainda restam cinco meses de viagem. Todos os dias, eu chego perto do mar e assopro, pra ajudar o barquinho a seguir em frente; irá chegar o dia no qual meu sopro não será mais necessário para guiar seu destino, pois ele já terá aprendido a direcionar as velas de acordo com a ventania no meio do oceano e, quando eu menos esperar, o coração terá ancorado em seu destino final, e será o fim da agonia, o fim da distância, das ausências, dos vazios. Será o fim da espera. Eu, o meu coração no barquinho de papel. 

Até a próxima, pessoal! ♥
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