Atenção: esse é um post extremamente pessoal sobre ansiedade.
Esses dias me peguei em mais um episódio de ansiedade (obrigada, terapia, por me ajudar a identificá-los!): com todas as pendências do mundo nas costas, me sentindo pesada, irritada, e ao mesmo tempo desanimada, sem muita vontade de fazer nada pra mudar essa situação. Angústia. Nessas horas, acho que ser freelancer e morar sozinha faz tudo parecer pior, porque a culpa vem em dobro. Ter um histórico de sempre ser tão exigente e dura comigo mesma também é um inflamador, porque nada nunca tá bom o suficiente, ou sempre poderia melhorar, e uma luz piscando o tempo todo lembrando de todos os pontos da vida que tão mal resolvidos, como eu preciso ser um ser humano melhor, preciso levar meus gatos no veterinário, preciso aceitar as diferenças, preciso comprar ovo, preciso fazer compressa quente pro meu joelho inflamado, tô me achando meio feia hoje, não tenho tempo pros meus projetos pessoais, não tô evoluindo como artista, sou uma péssima amiga, etc etc.
Apesar de saber identificar esses episódios, existe ainda uma longa distância entre esse ponto e o de solucioná-lo. Porque antes de entender que é ansiedade, por muito tempo ainda é incompetência, ainda é culpa, ainda é esgotamento, cansaço mental. E aí teve esse dia de glória que, no meio dessa tempestade de pensamentos ruins, eu consegui entender que era mais um episódio. Como é bom estar consciente de novo! Eu não sei como foi que isso aconteceu de fato (adoraria ter a receita!), mas suspeito que um passarinho azul tenha levado todas as coisas pesadas que tavam pairando na minha cabeça embora.
Vou ficar me esforçando pra lembrar que eu não sou uma pessoa ruim, eu só tenho ansiedade. Que eu não dou conta de tudo, e que tá tudo bem. Tá tudo bem não conseguir, tá tudo bem errar, falhar, atrasar, não ter certeza se tá na direção certa. Dar um passo pra trás também faz parte do processo de tentar chegar em algum canto – pelo menos a gente tá tentando, mesmo sem saber muito bem onde é.
Se o seu passarinho azul ainda não te disse isso hoje, respira bem fundo e prestenção: vai ficar tudo bem. Você tá fazendo o melhor que você pode. ♥
Renata
Essa ilustração me proporcionou uma incrível paz de espírito!
Eu também consigo identificar quando estou tendo um episódio, mas ainda não consigo solucioná-lo. O problema maior para mim, é que quando estou muito ansiosa eu travo, não consigo desenvolver nada, o que me deixa muito angustiada.
Mas vai passar <3
beijos
BA MORETTI
esse processo de identificação já é um grande adianto (e alívio) né? fica menos difícil tentar sair desse ponto de esgotamento mental quando a gente tem ideia do que tá acontecendo. não se deixar cair no ciclo de culpa e tal. agora, como solucionar é que são elas HAHA um dia a gente descobre a receita 🙂
mas é isso, vai ficar tudo bem ♥
Ketllyn Fernandes de Deus
Descreveu exatamente o quê tô passando. Isso de ansiedade não é nada novo pra mim, assim como identificar, mas a vida de artista independente torna as coisas um cadinho + complicado. Você + que está no caminho certo, é fonte de inspiração pra tantas pessoas. Acorda cedo, está sempre treinando. Às vezes é bom ignorar nossa amiga mente. As coisas têm a tendência natural de evoluir (melhorar) pra quem se movimenta. Respire fundo e assobie pro seus pássaros azul.
Lidiane
Eita, mulher, sempre colocando em arte e palavras aquilo que sinto e não consigo externalizar <3
Obrigada por esse post, essa luz sobre as pessoas ansiosas e nossa luta por encontrar o passarinho azul em meio ao caos.