13 outubro 2015 arquivado em: Blog
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…algo muito bonito.”

Essa foi a frase que, com alguns graus de astigmatismo, demorei a conseguir ler no sticker que ganhei da querida Fernanda. E quando li, fiquei naquele estado de choque – paralisei por fora, mas por dentro, alguma porta esquecida tinha sido aberta, e de repente uma avalanche de sentimentos e memórias começaram a correr e rodopiar por todo espaço dentro de mim.

Posso começar falando que sempre fui uma pessoa bastante elétrica, do tipo que vivia o hoje pensando no amanhã, sem prestar muita atenção ao que estava acontecendo em volta, naquele momento. Eu queria tudo pra ontem, e não queria perder tempo com nada, e nada podia esperar ou ser esperado. E por ser assim, acabava por esperar o mesmo comportamento das pessoas com quem me relacionava, e o que acontece com quem deposita expectativas demais nos outros, vocês já devem bem saber.

Demorou muito, mas muito mesmo, até eu entender que cada coisa, cada pessoa tem seu tempo, e que esse tempo é diferente pra cada um. Demorou mais ainda pra eu perceber que os tempos das pessoas não eram iguais ao meu, e mais ainda até eu entender que era preciso respeitar e entender esses tempos se eu quisesse manter um relacionamento minimamente saudável com os que me rodeiam.

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Com algum tempo, alguns anos de terapia e um amor canceriano que sempre foi muito paciente, fui me dando conta dessas pequenas coisas. Como num efeito dominó, cada reflexão despertava uma nova reflexão, e foi assim que comecei a buscar caminhos pra que eu, primeiro, conseguisse compreender a mim e ao meu tempo. Fiz algumas aulas de yoga, de bordado. Passei a me afeiçoar por jardinagem e culinária. Me tornei um ser mais observador e menos participativo, e busquei aprender com cada pequena e grande coisa que acontecia comigo e ao meu redor. Tentei – e ainda tento – ser uma pessoa melhor a cada dia.
Com o bordado, veio a imposição de que certas coisas levam tempo, sim, e que são impossíveis de se fazer com rapidez. Na culinária, um forno pré aquecido por muito tempo (eu ligava enquanto misturava os ingredientes, na tentativa de otimizar tempo) endurece o bolo por fora, mas o deixa cru por dentro.  Com a jardinagem, senti como é terrível matar plantas (como demora até se acertar a quantidade de água e de sol!), mas também senti o coração aquecido quando uma de minhas plantinhas floresceu. 
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Em um momento em que estou à espreita, me focando mais nas partes do que no todo, e me preparando para dar passos largos e importantíssimos na minha vida pessoal e profissional, olhar para essa frase me fez pensar em todas as coisas que precisam de tempo até poderem oferecer algo muito bonito.
Em projetos que vou precisar adiar, nas pessoas que gostaria de ser mais próxima, em objetivos de desenho que ainda não alcancei, em sonhos que ainda não realizei – estes precisam, ainda, de tempo. E me fez pensar em mim mesma que, virginiana como sou, sempre me cobro tanto. E que talvez consiga oferecer algo muito bonito aos que me derem um pouco de tempo (inclusive a mim mesma).
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E não poderia finalizar esse post sem falar e agradecer pelo trabalho da Fernanda Meireles, que foi a grande responsável por toda essa avalanche de sentimentos que senti na hora, e do abraço que sinto cada vez que leio essa frase. Sempre me emociono com o poder que a arte tem de nos transportar para tantos lugares e inclusive para dentro de nós mesmos, e a Fernanda consegue isso com tudo que se propõe a fazer. 
Se você mora em Fortaleza, não deixe de bater um papo com ela nos bazares/feirinhas que ela participa (um amor de pessoa!), e se você não vive aqui, vale a pena curtir a Loja sem Paredes no facebook e dar uma olhada nesse vídeo, onde a própria Fernanda mostra alguns de seus lindos postais.
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Voemos! 🙂
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amaram

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